Luís Pedro Nunes, no "Expresso"
"Ser abstémio deprime e mata"
""Estudo da Alcoholism: Clinical and Experimental Research.
Os grandes consumidores de álcool vivem mais do que os abstémios. Leram bem. Não se escreveu os 'bebedores moderados', os que bebem um copito ao jantar. Mas os "heavy drinkers". A "Time" escreveu o artigozinho com pinças, a citar o estudo da Alcoholism: Clinical and Experimental Research.
E foram retirados uma série de fatores que poderiam contaminar os resultados tais como a evidência de muitos abstémios serem ex-alcoólicos todos estragadinhos. Ou de diferentes tipos de bebedores pertencerem a diferentes tipos de classes sociais e isso de alguma forma contribuir para o resultado estatístico. Tudo foi tomado em conta, tanto quanto possível num estudo. Ponto único: não beber aumenta o risco de morrer. Baco que se anime então, como lhe é hábito, e pode exigir para pôr nos rótulos das garrafas: "O bebedor moderado vive ligeiramente mais do que o grande bebedor e mais do que o abstémio."
Leitor, peça um mojito que uma tentativa de explicação vem aí. Sobre os bebedores moderados (dois/três copitos por dia) 'já se sabia o bem que fazia' em termos de circulação vascular e mais o vinho tinto e as grainhas e esse missal todo. Mas o estudo, que durante 20 anos acompanhou quase dois mil sujeitos com mais de 50 anos e retirou todas as variáveis imagináveis que podiam deturpar os resultados, tendo sido constatado que as taxas de mortalidade são sempre maiores para os abstémios quer estes o sejam 'de nascença' ou ex-bebedores convertidos. Quem não chucha na garrafa morre mais cedo. É evidente que isto não muda a realidade: o álcool leva à cirrose, a certos tipos de cancro, desgraça vidas, provoca acidentes de viação, ainda se apanha SIDA porque na bezana se esqueceu da camisinha... mas as estatísticas são estas.
Os cientistas estão intrigados e uma das hipótese que avançam é a possibilidade do álcool como 'lubrificante social' ter efeitos surpreendentes e quem bebe acaba por ter mais amigos e manter uma melhor vida mental e física (isto é rebatível no 'dia seguinte', não?) sendo que já há estudos que apontam para que os abstémios tendem mais para a depressão do que os bebedores...""
Agora se percebe por que os portugueses bebem cada vez mais...
Com as agruras que os fazem sofrer, pelo menos aliviam a depressão.
Ora toma...
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