Tempos a fio que desacreditei no sistema europeu, na forçada União, na moeda única, atrevendo-me a escrevê-lo porque a minha liberdade de pensamento ainda não paga impostos, e não conheço qualquer medida legislativa que me imponha, no mínimo, uma contra-ordenação por causa disso.
Patriotismo serôdio, falta de visão de futuro, ser contra só por ser contra, e tantos outros epítetos do género, foram lançados sobre uns quantos que, como eu, sempre duvidaram dessa “gloriosa” criação que foi a União Europeia e a sua sequente moeda.
Era fácil ver a extrema dificuldade (para não dizer impossibilidade) que um pequeno País, com uma débil estrutura económica, uma estagnação produtiva com tendência para regredir, pudesse compatibilizar-se com realidades económicas e financeiras muito mais pujantes.
Lembram-se do slogan “Portugal estará no pelotão da frente da Europa”?
Quem dita agora as regras de funcionamento europeu?
A quem temos nós de obedecer, mesmo que contrariando todos os princípios, por mais elementares que sejam, da existência de um Estado Nação?
Claro que não me agrada a situação que vivemos, e até gostaria de me ter enganado nas pessimistas previsões.
Infelizmente a realidade é o que é, tal como a Europa continua a ser o que sempre foi, por muito que isso custe a uns quantos eurocratas, nascidos na ideia social do puro igualitarismo, e formatados na escola do facilitismo ocidental.
Nos arquivos deste blogue constam textos deliberada e convictamente cépticos, chegando a premonizar que a União Europeia se destruirá a si própria.
E mesmo aqueles países que não aderiram à moeda única, e que por isso continuam a ter uma arma de defesa económico-financeira, estão já a sentir alguns dos efeitos perniciosos do “monstro”.
Sempre tivemos a “mania das grandezas” e o que servia à gula geopolítica e económica de algumas brilhantes cabeças que nos têm desgovernado, era ser parte de um “novo império”, monetarista, burocrático, e impante face ao poder da economia americana.
Mas tudo isto feito nas costas dos cidadãos que se dizia querer defender, e aos quais não perguntaram por que caminho queriam seguir.
Eureka!
O professor Ferreira do Amaral, numa linha de coerência de pensamento, diz claramente no “Jornal de Negócios”, e transcreve-se:
“A economia tem sido destruída pelo euro. A estagnação da economia é, em parte, consequência da força da moeda única. A saída temporária do euro ou mecanismos de protecção dentro dele são soluções necessárias para salvar a economia portuguesa. Cortar salários não resolve o problema. Nos mercados o euro continua a cair”.
No mesmo dia (ontem) Daniel Oliveira escreve no “Expresso” um texto que arrasa com a política de austeridade, defendida pela generalidade dos economistas, naquilo a que ele chama uma operação de propaganda ideológica, terminando assim:
“Este país não se arrisca a sair desta crise apenas mais pobre. Tudo indica que, substituindo o debate político por aulas de economia dadas por contabilistas, sairá dela mais estúpido”.
Nem que seja apenas como grito de alma, na qualidade de cidadão português, e por isso mesmo também europeu, apetece-me dizer:
-Abaixo o euro!
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