É comum falar-se do atraso português em relação aos seus parceiros europeus ( e para só falar nestes) em diferentes domínios da vida de todos os dias, seja na tecnologia, nas artes, na investigação, na economia, e por aí fora.
Eu próprio, em diferentes momentos, e quando o ridículo das situações o aconselha, tenho aqui referido pequenos episódios dessa espécie de fatalismo que é vivermos na cauda de tudo, sujeitos à ditadura do catálogo sócio político europeu, submergidos num mundo de competição onde somos as mais das vezes perdedores.
Não que tal coisa me agrade.
Mas também não vale a pena tentar tapar o sol com a peneira.
Há pouco tempo alguns meios de comunicação noticiaram algo que, no meu modesto entender, deveria ser impossível.
Infelizmente parece que é verdade.
A notícia, sinteticamente, é esta:
“Manuais escolares contêm textos incompreensíveis
A maioria dos manuais de Língua Portuguesa do 4.º ano não contribui para que os alunos compreendam o que lêem.
Esta é a principal conclusão do mais abrangente estudo sobre manuais escolares realizado em Portugal – e que aponta este factor como uma das principais razões para o mau posicionamento do nosso país nos índices internacionais de competências literárias na leitura.”
E lembrar-me eu do tempo em que, no então 4º ano de escolaridade, só se passava no exame sabendo ler e escrever correctamente português.
Não sei se é possível dizer que andámos para trás.
Mas sei que é possível dizer:
-Para a frente é que não andámos de certeza.
E é impossível evitar outra vez o comentário:
-Coitado deste país.
CONCRETO E IMAGINÁRIO: A Revisitação dos Génios – Bocage.
E é exactamente por aqui que hoje começamos.
Um comentário a um dos meus blogs, o “Concreto e Imaginário”, que sai regularmente às quintas feiras no semanário “SOL”, alertou-me para algo que é simultaneamente uma boa e gratificante notícia, mas é também responsabilizante.
De facto tenho de confessar que é reconfortante ser considerado “Blog da Semana” e aparecer destacado na página on line daquele semanário.
Mais ainda porque, para além dos comentários que esparssamente vão aparecendo, constato terem sido os meus modestos escritos visitados por um número de navegantes na blogosfera muito superior ao que poderia imaginar.
O “Concreto e Imaginário” está quase a fazer um ano, foi criado em 12 de Fevereiro de 2007, e tem saído regularmente todas as quintas feiras, abordando temas específicos, sem nenhuma espécie de pretensiosismo, mas com total seriedade e rigor, e nestes últimos tempos tem-se dedicado a uma espécie de análise imaginária da realidade recorrendo a grandes nomes da poesia, preferencialmente portugueses ou de língua portuguesa.
Saber que (sem que isso constituísse qualquer objectivo) já foi visitado por 1.558 leitores (seja-me agora permitida uma pequena dose de vaidade) é um pequeno mas significativo prémio para quem escreve numa óptica de preocupação social.
Aqui fica o agradecimento e um abraço a todos os visitantes daquele meu blog, e a promessa de que o perfil, a orientação e o sentido crítico se irão manter.
Conto para isso com a colaboração de todos os que quiserem seriamente participar.
Todos os contributos serão benvindos.
E agora vamos ao assunto que já estava alinhado para publicação hoje neste blog “Abordagens”.
ALTO SÉQUITO, ALTA ESTIRPE
Limito-me a repetir a frase que é de David Pontes, e saiu no “Jornal de Notícias”:
"Se o ridículo matasse, o inspector-geral da ASAE, António Nunes, ter-se-ia engasgado com a fumaça da cigarrilha com que comemorou a passagem de ano no Casino do Estoril."
Pois…
Falámos ontem aqui da justiça a duas velocidades, ricos de um lado, pobres do outro.
Talvez se possa avançar um pouco mais…
Influentes de um lado.
A arraia miúda que se lixe.
Como já em tempos aqui escrevi:
-Pobre país este.
O nosso Hino diz: “Nobre Povo”.
Às vezes apetece dizer:
“Pobre Povo”.
A história é pequenina, merece uma relativa atenção, mas por acaso é simbólica do país que temos e do sistema que nos governa.
Toda a gente se lembra que no princípio do ano José Diogo Quintela, conhecido elemento do grupo humorístico “Gato Fedorento”, foi apanhado numa operação de fiscalização de transito, e ter-lhe-à sido detectada uma taxa de álcool no sangue de 1,6.
Segundo os jornais da altura o mesmo terá beneficiado de uma espécie de tratamento privilegiado, quer no modo como se deslocou ao Tribunal, quer na medida que lhe foi aplicada.
Não tenho nada contra o rapaz, coitado, tem todo o direito de beber uns copos, ainda por cima estava-se na primeira noite do ano.
Nem me interessa se ele teve ou não algum tratamento de favor.
O que me interessa é perguntar se este tipo de coisas se passa só com a figura pública de um elemento do “Gato Fedorento”?
É que todos nós sabemos que não.
E nem vale a pena fazer o rol dos exemplos.
Limito-me a transcrever, com a devida vénia, alguns dos inúmeros comentários que li a este respeito na Internet, produzidos por diferentes cidadãos.
A questão é que cada vez mais isto parece um país de faz de conta, e os nossos responsáveis políticos continuam a não ver aquilo que toda a gente vê.
Se algum dia isto der para o torto, não se admirem.
Reparem só:
Em Portugal existem 2 Justiças a dos pobres e anónimos vs ricos e fig. públicas.Em 2005 o meu irmão foi apanhado numa op. stop com uma TAS 0,89 gr/l. Na hora pagou € 500,00, surgindo a pena em Dez 07 que o inibe de conduzir durante 4 meses.Era motorista numa emp. de transp. públ. que lhe sugeriu a apresentação da carta de demisão.Está desempregado, é o único sustento da fam.(mulher+filha 2 anos)
Sou Oficial de Justiça há mais de 20 anos e nunca vi uma coisa assim ou mesmo parecida. Não haverá engano ?
NESTE PAÍS... SER FIGURA PUBLICA E PREVARICAR (SEGUNDO O CÓDIGO DA ESTRADA É UMA INFRACÇÃO GRAVE)... "NO PROBLEM" - OS SRS DRS JUÍZES PASSAM UMA COIMA E TRABALHO COMUNITÁRIO. VERGONHOSO. SERIA ASSIM, SE FOSSE COM UM QUALQUER CIDADÃO COMUM? VERGONHOSO SR. DR. JUÍZ...
1,6 g/l de alcool e sai do tribunal a conduzir...não clonem o Salazar não...
Este e outros casos como este, só vem demonstrar que a sinistralidade não é a verdadeira preocupação das pessoas responsáveis deste País. Mas sim os cofres do Estado e penalizar os mais fracos.
Realmente ser figura pública em Portugal é um grande privilégio! Se tal acontecesse ao comum dos mortais, pelo menos, quatro meses de inibição de condução, ninguém lhos tirava...
Se um dia for apanhado a conduzir bebado também quero tratamento de VIP como esse Quintela. É uma vergonha, são situações normais de paises do terceiro mundo, não de um país que se diz democrático. Tirem uma cópia desta noticia e juntem à carta de condução, afinal os direitos são iguais para todos os portugueses
E por aí fora.
Esta deve ter sido, de resto, a melhor piada do “Gato Fedorento”.
Realmente há coisas neste país que…só à gargalhada.
É Proibido…
É proibido…
É proibido…
Esta será, provavelmente, a melhor imagem de marca da sociedade perfeita que nos querem impingir.
Quanto a outras coisas…
Dêem-nas…
Dêem-nas…
Dêem-nas…
MAGNÍFICA SOCIEDADE ESTA.
POR ONDE ANDA A NOSSA AMIGA HIPOCRISIA?
VALHA-NOS O TRIPÉ-FÁBULAS COM A SAGA DOS KALIANOS, O KLÃ DO TREVO E DOS PORCOS. Viagem e Férias de Dom Korkeone.
Apenas uma frase, dita pela conhecida jornalista Teresa de Sousa, especialista em assuntos internacionais.
Cada um que interprete como quiser.
"Apertem os cintos de segurança: vem aí a presidência francesa da União Europeia."
Também acho que é melhor.
Trata-se apenas de um dedo de um eleitor do Quénia, obrigado a mergulhá-lo em tinta, para poder votar.
Isto passou-se em Dezembro de 2007.
Quénia, século XXI.
De vez em quando convém relembrar aquela velha história da credibilidade em política.
Não é que se pretenda fazer dos nossos políticos umas virgens aladas da verdade.
Mas é bom sabermos com que tipo de pessoas lidamos, e que espécie de “mentirosos” comandam os nossos destinos.
Há cerca de um mês José António Lima publicou na sua crónica no semanário “Sol” algo sobre a opinião de Paulo Portas quanto ao referendo do tratado europeu.
Disse então Paulo Portas:
«O principal problema da credibilidade em política é que a palavra dada aos eleitores não é cumprida. Outros podem mudar de opinião, não quero que o CDS seja igual a esses outros».
A isto José António Lima comentou:
“A alusão era dirigida a José Sócrates e ao PS, mas também, e sobretudo, a este indefinível e apagado PSD de Menezes. Que não só deixou cair a promessa eleitoral do referendo como tem vindo a abandonar todas as bandeiras e propostas que o distinguiam como alternativa de oposição”.
E mais adiante:
O ministro Luís Amado tem uma explicação simples para este volte-face socialista:
«Por posição de princípio, não sou favorável à ratificação de tratados internacionais por via referendária».
Ora o mesmíssimo Luís Amado, então secretário de Estado, em 1998, e a propósito do Tratado de Amesterdão, bem menos reformador e estruturante do que o Tratado de Lisboa, dizia o seguinte:
«As questões europeias deixaram de ser questões circunscritas ao debate político fechado das elites económicas, empresariais, académicas e passaram a atravessar o debate político nas sociedades europeias. Justifica-se, por isso mesmo, que os portugueses sejam ouvidos em referendo sobre a questão europeia».
Quem revelou isto foi Luís Marques Mendes, também citado por José António Lima, e que rematava assim:
“Resta descobrir qual dos Amados fala verdade...”
Posições de princípios?!
José António Lima diz:
Belos princípios.
Digo eu:
Pois Pois.
TODOS AO BANHO: Lápis Pobre e Lápis Rico;
É o que está a dar.
Segundo notícias recentes, as operadoras móveis em Portugal superaram, no último Natal, e entre os dias 21 e 25 de Dezembro, o record de mensagens SMS.
Ao que se consta, foram 442 milhões para a TMN, 413 milhões para a Vodafone, e a Optimus, só no dia 25 de Dezembro registou 43 milhões de mensagens.
Bravo…
Muito falam os portugueses.
Fazemos é pouco.
CONCRETO E IMAGINÁRIO: O AMOR? PORQUE NÃO?
É um bom tema. Ainda estamos no começo do ano.
Passou-me pelas mãos uma notícia sobre um leilão ocorrido em Inglaterra no mês passado, e no qual uma partitura de Mozart, mais concretamente um manuscrito da Sinfonia Concertante
Isso mesmo, cento e cinquenta e seis milhões de euros.
De acordo com opiniões de entendidos na matéria, tal Sinfonia
«não é só uma das melhores obras de Mozart, como deu ao compositor o prestígio que estabeleceu sua reputação mundial».
Mozart, bem entendido, houve só um.
Trata-se de uma daquelas pessoas “imortais”, pelo génio, pela arte, por tudo o que a humanidade lhe “deve”.
Mas…tantos milhões de euros…
Ocorreu-me que talvez por esse país fora, em várias organizações e até câmaras municipais, possa existir algum génio que possa leiloar as suas obras.
Quantos problemas não ficariam resolvidos.
Que me trapaceiem o jogo.
Que me digam A quando pensam B.
Que tentem fazer de mim tolo ou cobaia de experiência de sofá, divã, ou de uma psicologite qualquer ou coisa aparentada.
Que me mintam.
Também não gosto…
Da deslealdade
Do faz de conta
Da traiçoeirice saloia, enroupada em botões de punho ou punhos de renda, muito menos engravatada e a cheirar a “Paco Rabanne”.
E ainda não consegui sequer tentar gostar
De quem,
Assim sendo,
Se diz fazer parte do meu
Preferencial rol de amigos.
Prefiro um inimigo
Que como tal se declara
E não se acobarda
Atrás de uma discursata enjoativa
Que só me provoca vómitos
E nojo !
. BLOG NA COMUNIDADE DO SEMANÁRIO "SOL":
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. EM HIBERNAÇÃO:
. HUMORÍSTICO:
. FÁBULAS DIVERSAS (ÀS 2ªS. FEIRAS)
. O SÚBITO AMOR PELA BANDEI...
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