Extraído do Expresso:
“O ministro dos Negócios Estrangeiros já deu o tiro de partida para a presidência e usou pela primeira vez a ‘gravata da UE’, azul às riscas vermelhas. Diz que Portugal tem a responsabilidade de fazer um Tratado de Lisboa, não deu por assente o referendo e revela que o Governo apoia a recandidatura de Durão Barroso à Comissão”.
Percebe-se tudo, o que está nas linhas, nas entrelinhas, e o que não está em parte nenhuma.
E, lendo toda a entrevista, percebe-se ainda que a ideia de Europa que os altos dignitários defendem tem a ver com tudo, menos com os cidadãos europeus.
Em nenhum ponto se explica onde é que a exclusão da manifestação de vontade das pessoas as beneficia.
Em nenhum ponto se explica em que é que vão melhorar as condições de vida dos cidadãos europeus, e sobretudo dos portugueses.
Lê-se, e chegados ao fim, vem à memória a soberba maestria de um Eça de Queiroz ou um Camilo Castelo Branco.
A peça é digna de simbolizar a castidade do pecado.
I
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Notícia amplamente divulgada, entre outros, O Público:
Tony Blair foi nomeado emissário do Quarteto para o Médio Oriente (EUA, Rússia, ONU e UE), horas depois de ter saído da chefia do Governo britânico e das funções de deputado, anunciou a porta-voz das Nações Unidas.
Para triunfar depressa
cala contigo o que vejas
finge que não te interessa
aquilo que mais desejas
À guerra não ligues meia,
Porque alguns grandes da terra,
Vendo a guerra em terra alheia,
Não querem que acabe a guerra.
(António Aleixo)
I
Já nem a bailar nos entendemos.
Na Companhia Nacional de Bailado houve mudança de director artístico.
O cargo é agora ocupado por Vasco Wellenkamp, nome ao que sei falado e conhecido nestas artes.
Porém, e segundo se lê em alguns jornais, paira uma onda de apreensão entre os bailarinos, inseguros quanto ao futuro da companhia.
É que, e pelo que se entende, o nome escolhido, sendo mais coreógrafo e menos director de companhia de autor, não dá garantias de sustentabilidade de programação adequada.
Somos de facto um país sensacional.
II
Saldanha Sanches reprovou nas provas para professor agregado na Faculdade de Direito de Lisboa.
Votação: 6 contra 3.
Nada que não pudesse acontecer.
Só não se percebe porque teve que vir o próprio dizer, em jeito de despropositada justificação, que se tratou de uma injustiça, mas não de um acto de perseguição política.
Haja alguém que explique.
No tempo do MR… é que era assim.
III
Com tudo isto acho que é notícia nova visita do Dalai Lama a Portugal.
Prevista lá para Setembro, vai ser orientalizante.
A espiritualidade fundamenta toda a espécie de realismo e de utopia.
Venha ele.
Cada vez mais precisamos de visitantes de qualidade.
Eu escrevi “qualidade”.
IV
Afinal não somos só sensacionais.
Somos mesmo sensacionais.
Na Qualidade de… em “Concreto e Imaginário”.
O Mundo ralha de tudo.
Tenha ou não tenha razão,
Quero contar uma história
Em prova desta asserção.
Partia um velho campónio
Do seu monte ao povoado,
Levava um neto que tinha
No seu burrinho montado:
Encontra uns homens que dizem:
"Olha aquela que tal é!
Montado o rapaz que é forte,
E o velho trôpego a pé."
"Tapemos a boca ao mundo",
O velho disse: "Rapaz,
Desce do burro, qu'eu monto,
E vem caminhando atrás."
Monta-se, mas dizer ouve:
"Que patetice tão rata!
O tamanhão de burrinho,
E o pobre pequeno à pata."
"Eu me apeio", diz prudente
O velho de boa-fé,
"Vá o burro sem carrego,
E vamos ambos a pé."
Apeiam-se, e outros lhe dizem:
"Toleirões, calcando lama!
De que lhes serve o burrinho?
Dormem com ele na cama?"
"Rapaz", diz o bom do velho,
"Se de irmos a pé murmuram,
Ambos no burro montemos,
A ver se inda nos censuram".
Montam, mas ouvem de um lado:
"Apeiem-se, almas de breu,
Querem matar o burrinho?
Aposto que não é seu."
"Vamos ao chão", diz o velho,
"Já não sei qu'ei-de fazer!
O mundo está de tal sorte,
Que se não pode entender.
É mau se monto no burro,
Se o rapaz monta, mau é,
Se ambos montamos, é mau,
E é mau se vamos a pé:
De tudo me têm ralhado,
Agora que mais me resta?
Peguemos no burro às costas,
Façamos inda mais esta."
Pegam no burro: o bom velho
Pelas mãos o ergue do chão,
Pega-lhe o rapaz nas pernas,
E assim caminhando vão.
"Olhem dois loucos varridos!",
Ouvem com grande sussuro,
"Fazendo mundo às avessas,
Tornados burros do burro!"
O velho então pára e exclama:
"Do qu'observo me confundo!
Por mais qu'a gente se mate
Nunca tapa a boca ao mundo.
Rapaz, vamos como dantes,
Sirvam-nos estas lições;
É mais que tolo quem dá
Ao mundo satisfações."
Não há dúvidas…
Continuamos a viver à grande e com fortíssimos sinais de retoma.
Lê-se em vários jornais que logo no primeiro dia de oferta pública de acções da REN (Rede Energética Nacional) a procura de acções superou em mais de sete vezes a oferta.
E no que respeita à tranche de pequenos subscritores e emigrantes essa superação foi quatro vezes maior, equivalente a 101 milhões de acções.
Tudo visto, e só no primeiro dia da operação, as ordens de compra atingiram, no que respeita ao público em geral, 383 milhões de acções.
Nesta operação, e segundo é anunciado, o Estado vende cerca de 19% da empresa, prevendo realizar um encaixe financeiro correspondente a 279 milhões de euros.
Mas quem é que anda para aí a dizer que não há dinheiro?
Hoje Republicação de Coincidências Justiceiras em “A Muralha”.
I
Vamos ao primeiro assunto do dia…O Tratado
Sócrates disse ontem ser prematuro falar em ratificação do Tratado Europeu antes de se saber que tipo de tratado vamos ter.
Pois…
É preciso descalçar a bota e há que arranjar boa argumentação para tal.
De um lado está a palavra dada…
Do outro estão as pressões dos gigantes europeus.
É que, logo a seguir, reafirmou o compromisso que tem com os portugueses de fazer uma ratificação por referendo de um Tratado Constitucional.
Está-se mesmo a ver…
Vão-lhe chamar mini-tratado, ou, proposta de tratado, ou, hipótese de tratado, etc…não, parece que é tratado reformador, e assim deixa de estar lá a palavra constitucional, de modo a evitar o referendo.
E sobre isto disse ainda que a oposição, ao falar constantemente de referendo, o que gosta é de inventar ou antecipar cenários.
Sim…
“Quem não os conhecer que os compre”.
Eu não!
II
Nova arremetida do “Justiceiro”:
Vieira diz que acusações de Pinto da Costa são "o estrebuchar do morto"
Pode não ser mas lá que imita bem um Novo Hitler…
Ei-los:
Lê-se no “Record on line” a confirmação daquilo que há muito se sabe.
Aqui se reproduz com a devida vénia uma pequena passagem:
“Afinal, o processo Apito Dourado não apanhou apenas dirigentes de clubes do Norte a pedir árbitros para os seus jogos. Embora de forma indirecta, através de João Rodrigues, o Benfica também quis escolher os seus árbitros. Mas nenhum destes pedidos deu origem a qualquer processo, nem sequer no grande dossier relativo a uma eventual viciação da classificação dos árbitros, ainda em análise pela equipa de Maria José Morgado.
As intercepções telefónicas, que são imensas, dão conta de diversos tipo de pressão do Benfica, na época de 2003/04, no sentido de contar com árbitros do seu agrado. Aliás, até era convicção de alguns presidentes de clubes da 1.ª Liga, como era o caso de João Bartolomeu, que garantiu que foi Luís Filipe Vieira quem colocou Luís Guilherme na presidência da Comissão de Arbitragem da Liga, exercendo, por consequência, alguma influencia sobre ele".
Ora pois…
O cavalheiro que está em cima sabe pelo visto antecipadamente o que a "cavalheira" que está a seguir vai fazer.
Foi por isso que, disse ele próprio há pouco tempo, o clube dele resolveu participar na Taça da Liga porque finalmente o famoso processo do apito dourado ia andar.
Pimba…grande tiro…
No dia seguinte soube-se da primeira acusação a Pinto da Costa.
Isto não é influencia?
Não…é seguramente exemplo da maior seriedade da justiça.
Ah…é verdade…
Convém que o marido da "cavalheira" venha a público dizer que o ministério público só se deixa “capturar” por autarquias.
Pois claro.
A gente entende.
Quanto ao terceiro elemento acima, significa mais ou menos o seguinte:
"Façam vocês a vossa parte, que eu já fiz a minha".
Pois claro...
A gente entende.
A ver vamos...
Claro que o assunto já não é novidade para ninguém, mas segundo os jornais de ontem a coisa está a ficar preocupante.
As dívidas dos clubes da chamada “Superliga” portuguesa ascendem à módica quantia de 524 milhões de euros.
Coisa pouca.
Percebe-se que nos últimos sete anos a situação financeira dos clubes portugueses tem vindo a descer em queda livre, com os activos possíveis a serem insuficientes para cobrir os passivos.
Diz-se mesmo que há sete clubes sem viabilidade financeira, e que estão à beira da falência.
A gula competitiva tem obrigado a gastos inacreditáveis, a fome de vitórias e de satisfação dos adeptos impõe uma gestão que só o é no nome, dado tratar-se apenas de uma “gestão de resultados desportivos”.
E se estes não aparecem tudo se complica ainda mais.
Mas deverá por certo existir aqui algum equívoco.
Alguém nos anda a enganar.
É que todos os dias se ouvem notícias de que os clubes contrataram pela verba X, normalmente uma verba avultada, mais um craque para o respectivo plantel.
Pergunta ingénua:
- o dinheiro vem de onde?
Claro, não estamos a falar de um caso chamado Manchester United que, num só dia, e só em Portugal, gastou 55 milhões de euros na compra de dois jogadores.
Mas estamos a falar de clubes que, sendo uns pobretanas, querem parecer-se com os Manchester’s e os Chelsea’s, e outros mais.
A velha mania portuguesa de se fazer passar por aquilo que não se é.
Assim a modos como…vamos ter mais um aeroporto e o TGV porque os outros também os têm.
Havemos de ir longe…
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