Há coisa de um mês, mais ou menos por alturas do acordo Governo/PSDsobre o orçamento, António Nogueira Leite, conselheiro nacional do partido laranja, disse numa intervenção pública - segundo o DN - o seguinte:
""O problema da situação económica e financeira de Portugal "começou há 17 anos, quando o país passou a produzir menos do que gasta.
"Estamos escravos da zona euro", reagiu o vice-presidente do PSD, quando questionado sobre a possibilidade de Portugal abandonar a moeda única.
A situação económica e financeira do país não permite equacionar o abandono da zona euro, sustentou o economista, considerando que tal opção provocaria ainda "maior pobreza".
De resto, sublinhou, "ninguém propõe isso, nem o Bloco de Esquerda".
Considerando que o actual governo não sobreviverá "para lá de Março", Nogueira Leite admitiu que o próximo Primeiro-ministro "poderá ser" Pedro Passos Coelho, "se não cometer muitos erros".
Mas o dirigente do PSD não excluiu a possibilidade do PS voltar a ganhar as eleições, embora julgue que "não é provável""
Perante isto sobra uma pergunta:
-Quem é que afinal anda a brincar com quem?
Afinal sobra outra:
-Quem é que afinal anda a brincar com os portugueses?
Segundo o semanário "Sol" há uns dias:
«Este Orçamento é uma vigarice e os seus autores mereciam ser presos»
(Manuela Ferreira Leite numa reunião do grupo parlamentar do PSD).
Defende a abstenção?
O sonho (ou pesadelo) de Luís Filipe Menezes que ele deu a conhecer no JN:
"Estamos em 10 de Outubro de 2012. A Comissão Europeia, face ao caos instalado na economia da maioria dos países da comunidade, resolveu dar mais cinco anos a Portugal para reduzir o seu défice orçamental, dos actuais 19% do PIB, para os 10%, a nova meta da União. Foram igualmente reduzidas a metade as coimas que desde 2011 nos foram sucessivamente aplicadas por incumprimento das metas a que nos propusemos. Os fundos estruturais, esses, continuam cativos.
Entretanto, o primeiro-ministro falou ontem ao país, logo após o Conselho de Ministros ter aprovado o Orçamento Estado para 2013, já apelidado de PEC VII."
Se isto fôr realidade...
Pelo mundo obscuro da nossa política continuam a surgir as “letradas opiniões” de quem se sente bem no sistema e julga ter o dom de mandar nas opiniões alheias. Uma dessas pessoas é o Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Independentemente de se reconhecer mérito e saber a alguém, nada nos obriga a concordar pura e simplesmente com as opiniões que esse alguém defende. Relativamente ao seu espaço semanal na TVI vários jornais reproduziram parte das ideias que defendeu quanto ao voto do PSD no Orçamento de Estado para 2011.
“Marcelo Rebelo de Sousa voltou este Domingo a insistir, na TVI, que Pedro Passos Coelho “só tem uma solução” relativamente ao Orçamento do Estado – a abstenção. Para o ex-líder do PSD, “chumbar o Orçamento é péssimo para o país” e “é contribuir para o colapso financeiro”.
O voto contra o Orçamento do Estado, que é defendido pela maioria da direcção, é, segundo Marcelo, “um erro para o PSD”, porque “não há eleições antes de nove meses” e “não é líquido que [Pedro Passos Coelho] saia bem no retrato depois de ter provocado a crise”. O ex-líder afirmou que “tudo o que for dar a entender que tem ziguezagues” sobre o orçamento será prejudicial para a actual direcção. “Se o PSD chumba o orçamento, a notícia passa a ser ‘o PSD é que criou a crise’”
Pergunto eu:
E depois?
Crise vai ter de haver, infelizmente, e todos os actores políticos o sabem. E a ter de haver alguém será responsável por desencadeá-la. O que se passa é que, tal como Pilatos, andam todos a ver se lavam daí as mãos.
O PSD nada ganhará em continuar a mostrar-se como “menino bem comportado” em nome de uma pretensa salvação do País. Até porque, em futuras eleições virão os adversários dizer:”andaram a ameaçar com a crise mas não tiveram coragem de levar até ao fim as suas convicções. Não têm pois coragem política”.
Acresce a isto que, de cedência em cedência, o PSD vai acabar por definhar politicamente, e entregar de bandeja ao PS a continuação no poder.
Face ao actual estado de coisas a crise é inevitável.
E a ter de haver que seja o mais rápido possível.
O PSD sempre se saiu bem nos momentos em que rompeu com o sistema.
Continuar a fingir de “bom menino” não lhe trará qualquer bom resultado.
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