Mário Soares em artigo publicado no DN manifesta as suas preocupações quanto à União Europeia.
Começando por reafirmar a sua característica de europeísta convicto, não se inibe de pôr em dúvida se a União vai conseguir os seus objectivos. Põe em causa o modo de estar alemão, que se quer afirmar como líder da União. E em determinado momento diz isto:
"Por outro lado, esta preocupação alemã, meramente financeira e sem debate político e mesmo económico, está a criar um imenso mal-estar em toda a Europa e a afastar perigosamente os cidadãos europeus das suas instituições. É, cada vez maior o afastamento da União Europeia das grandes questões globais, o que lhe retira prestígio. Os europeus, independentemente das suas nacionalidades, têm vindo, de resto, a afastar-se, perigosamente, da União, na própria medida em que o modelo social começa a ser menosprezado e atacado."
Há quanto tempo o venho dizendo?
Desde sempre.
Vindo de Mário Soares só uma pergunta:
-Será que ele acredita no pai natal?
Palavras de Fernando Nobre há poucos dias:
""Portugal "não chegou a esta situação por obra e graça do Espírito Santo", está neste "estado de coisas" porque "houve desgovernação","O senhor Presidente da República tem responsabilidades e vai ter que as assumir, o ex-deputado Manuel Alegre tem responsabilidades e vai ter que as assumir"".
Não terá alguma razão?
Para que fique claro: não sou apoiante de Fernando Nobre.
NOTAS À MARGEM:
1- Ontem e como já se sabia, Cavaco Silva declarou-se candidato às presidenciais do próximo ano. Ia ouvindo o seu discurso com atenção (mais parecia uma alocução de primeiro ministro) e ocorreram-me mais que uma vez estas dúvidas:
-Mas por onde é que este cidadão andou nos últimos cinco anos?
-Fez vários alertas e chamadas de atenção?
-E depois? De um Presidente da República, na minha modesta opinião, mesmo com todos os constrangimentos constitucionais, é forçoso esperar mais do que isso.
Não basta a pose de "se auto-dizer": "o que seria deste País se não tenho sido eu"?
2- É espantoso como o estatuto de certos personagens (que há décadas são sempre os mesmos) lhes confere o direito a toda a espécie de diatribes políticas. Mário Soares teve ontem o desplante de fazer uma confissão. Disse ele que o orçamento é "bastante mau" mas é decisivo para Portugal. Ao ouvi-lo dizer isto ocorreu-me:
-Como é que algo que é bastante mau é decisivo para o País?
A resposta foi ele próprio que a deu logo a seguir:
-É decisivo (não é só para o Estado), é para as famílias e para os bancos.
ESTÁ TUDO DITO.
3- Desta maré de tristezas, fica uma homenagem:
Ao célebre polvo Paul. Morreu o adivinho do último campeonato do mundo de futebol.
Será mera coincidência mas no dia de ontem soube-se da morte de um famoso polvo.
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