Sábado, 31 de Março de 2007

A "Palermice"

Coisa feia na Assembleia da República, mais concretamente nos trabalhos da Comissão Para os Assuntos Económicos. Coisa feia mas ao mesmo tempo ridícula e espelho traumático dos nossos políticos que, como se sabe, "são sempre os mesmos".
E por isso sofrem dos mesmos tiques, fetiches e superstições.
O caso passou nas televisões.
Nestas coisas tenta-se explorar o sensacionalismo, e tudo o que cheire a zaragata, ou ameaça dela, entre políticos, é notícia, porque muita boa gente continua por aí convencida da menoridade intelectual dos portugueses, que mais depressa afinarão os sentidos para tomar conhecimento de uma possível "peixeirada ao mais alto nível".
Ainda o caso da campanha "Allgarve" sendo agora intervenientes o deputado Mendes Bota, do Algarve e do PSD, e o Ministro da Economia.
O primeiro atacando a ideia, o segundo defendendo-a.
Já neste mesmo espaço dissemos há poucos dias que consideramos tal campanha um disparate, e apelámos inclusivamente a um qualquer santo que nos livre de tamanha estupidez.
Mantemos.
Como tentámos demonstrar, não é por aí, em nossa opinião, que se consegue promover mais o Algarve.
Mas enfim, reconhecemos o direito a qualquer pessoa, incluindo ao ministro, de ter opinião contrária. Só que, não é pelo facto de ser a opinião de um ministro que ficamos impedidos de a considerar disparatada.
É evidente que o próprio ministro pode pensar o mesmo de quem dele diverge em tal matéria.
Alto, cai o "Carmo e a Trindade".
Ontem em plena Comissão Parlamentar ficaram à vista os tiques de primas donas dos nossos políticos.
É que o Ministro (e agora leva M grande) teve a coragem de dizer ao deputado Mendes Bota que a opinião dele àcerca do famoso "Allgarve" é uma palermice.
Gerou-se o início de uma peixeirada, com o deputado Mendes Bota a declarar-se ofendido, que não admitia tal coisa ao Ministro, que exigia retractação, enfim, as coisas do costume.
E o Ministro, a pedido do Presidente da Comissão lá emendou a frase, acabando por não dizer grande coisa, mas arredondando o discurso para refrear os animos.
Mas vamos lá ver..
Será assim tão grave e ofensivo?
Não podemos deixar de recordar aqui dois episódios do passado...
O primeiro já com uns bons anitos, num filme português chamado "A Canção de Lisboa" em que Vasco Santana usa e abusa da expressão; "chapéus há muitos, seu palerma..."
O segundo, mais recente, em que Ferro Rodrigues, na qualidade de secretário geral do PS faz um discurso em que rebate os seus adversários políticos apelidando-os de: "esses palermas..."
Foi o bom e o bonito. Caiu-lhe tudo em cima, o coitado do homem viu-se chinês (para não voltar a dizer grego, senão ainda pensam que estamos a atacar o Benfica) para se desculpar, não era bem aquilo que queria dizer, etc...
Só que este episódio marcou em muito a curva descendente de Ferro Rodrigues na política nacional e também dentro do PS.
E isto porque, pasme-se, se limitou a usar um termo que é muito comum na gíria popular lisboeta.
Ora Mendes Bota aproveitou o melhor que pôde o deslize do Ministro, qual tenha sido o de usar uma linguagem mais popular, e uma palavra que, se usada fora de um contexto de ataque pessoal,  só será mesmo ofensiva para quem seja verdadeiramente palerma mas se recuse a reconhecê-lo.
Claro que não pensamos que Mendes Bota o seja, mas que tentou tirar proveito dos traumas que afligem os nossos políticos ao usarem uma linguagem de punhos de renda que nem para fazer croché serve, lá isso tentou.
E também ficou claro que lá para os lados do PS, quando não há argumentos sérios para esgrimir, se recorre à terminologia mais popularucha para tentar denegrir os adversários, ou atacar as posições que estes defendem.
Só que, tristemente, é esta a imagem que nos vendem dos que nos governam e dos que teóricamente se preocupam connosco na Assembleia.
Até apetece dizer-lhes:
"Deixem-se de palermices".
publicado por H. Dias Pedro hdp às 00:03

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Sexta-feira, 30 de Março de 2007

RASI

Rápidamente, que hoje não é dia para grandes comentários, e não só o tempo não ajuda como fugazes são os momentos de alegria, descontracção e motivação para me manter actualizado quanto àquilo que se passa.
Uma aparentemente vulgar notícia, porém, chamou-me a atenção.
A sigla do título quer dizer "Relatório Anual de Segurança Interna" que, ao que parece, foi ontem apresentado pelo Governo.
Ressaltam dois aspectos:
A criminalidade em Portugal, e no que respeita ao ano de 2006, aumentou 2% comparativamente a 2005.
Parece pouco, e haverá até quem não considere tal aumento algo de especialmente preocupante.
O problema é que ( estamos já no segundo aspecto) os homicídios voluntários aumentaram 20,5%, e se isto quer dizer alguma coisa, não é decerto nada de bom, e apenas traduzirá algum refinamento na actividade criminosa, e sobretudo naquela que se torna mais sensível para a opinião pública.
Parece que o Secretário de Estado que fez a apresentação do Relatório terá comentado, numa apreciação global aos dados que o mesmo revela, que se trata de resultados "que envergonham o país" (sic).
Pois é...depois disto não há comentários a fazer.
Mas há uma pergunta:
-alguém com especiais responsabilidades na matéria se preocupa em perceber porquê?
Às vezes até eu sinto vergonha de escrever, e hoje é daqueles dias em que estou particularmente envergonhado.
publicado por H. Dias Pedro hdp às 00:09

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Quinta-feira, 29 de Março de 2007

Gato Escondido Com Rabo de Fora, O Museu, e Outras Andanças

Como sempre é costume nas andanças da política que temos, ora agora nos zangamos, ora nos damos bem.
Segundo alguns órgãos de comunicação social, entre eles o Diário de Notícias, Ribeiro e Castro e Paulo Portas começam a entender-se.
O primeiro já admite aceitar as "directas" sem congresso, isto por causa do famoso parecer do Conselho de Jurisdição do CDS, e o segundo concede na questão dos prazos e datas para marcação das referidas eleições.
No meio disto caberia perguntar ( se o assunto me interessasse muito) quais os compromissos de parte a parte assumidos, que tipo de distribuição de lugares vai ser negociada, e sobretudo qual o gozo que cada um deles tira do triste espectáculo que aquele partido tem oferecido ao país nos últimos tempos.
Mas ao que tudo indica vão salvar-se os dois (Castro e Portas) provavelmente até com a apresentação às "directas" de um único candidato.
Curioso é que tem sido referido por diversas personalidades políticas, entre elas Marcelo Rebelo de Sousa, e também notícia fartamente comentada, que o célebre parecer do Conselho de Jurisdição, além de ser "uma vergonha jurídica" (sic), não é sequer vinculativo.
Não me pronuncio quanto a isto, desde logo porque não conheço o parecer, e estaria a ir por caminhos de intromissão em seara alheia. Posso, porém,perguntar o seguinte: se não é vinculativo e ainda por cima ( a ser verdade) é uma "vergonha jurídica", o que leva Ribeiro e Castro a mudar de orientação?
Deve haver gato escondido com rabo de fora.
Cá estaremos para ver...
Sobra, no entanto, um pormenorzinho:
Maria José demitiu-se do partido e do seu lugar de vereadora na Camara Municipal de Lisboa.
Curiosamente utilizou uma frase que a meu ver diz muito:
-que pode ser mais útil ao CDS estando fora dele.
Perspectiva-se um grande futuro, cheio de notícias e, quem sabe, com novos partidos políticos no arco da direita.
Engraçado como a palavra "arco" entrou na moda.
Mas para já, e aparentemente,  Maria José é a primeira derrotada de toda a embrulhada que se gerou.
Ficou-se ainda a saber que o Governo não vai apoiar a criação do célebre Museu em Santa Comba.
Coisa que qualquer pessoa fácilmente adivinhava, e daí não se perceber o afã do Presidente da Camara em falar sobre o assunto com a Ministra da Cultura.
Se o homem, o Presidente da Camara, quer mesmo levar por diante a ideia do Museu na casa que foi de Salazar, faça favor de começar a dar largas à criatividade.
Até porque, está por saber se um Museu com as características que são anunciadas, integrará um qualquer modelo de formação ou informação cultural para que o Governo se envolva no projecto.
Parece-me é um bocado canhestra a fundamentação aduzida pelo Ministério da Cultura para dizer não.
Dá toda a ideia de embaraço no assunto, e de se dizer "não" porque "sim".
E se agora os presidentes das camaras começarem a criar museus nas casas onde nasceram diversos políticos?
O que fará ou dirá o Governo?
O critério vai ser a cor política, ou vai antes ser igual para todos?
Não!
Muito provavelmente vai ser assim:
-O político em causa, vivo ou morto não interessa agora, ganhou algum concurso atoleimado?
É que se ganhou...não há museu para ninguém.
Ora toma...
publicado por H. Dias Pedro hdp às 02:04

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Quarta-feira, 28 de Março de 2007

Teatro

O palco está montado há muito, e há muito representamos. Todos. A peça está em cena há vários anos, e para espanto de muitos, mantém-se em cartaz, sem público, sem novidades, mas gastando a rodos em publicidade, vendendo como nenhum outro produto, sem que seja preciso estar alguém nas bilheteiras. Aliàs já nem há bilhetes à venda.

Ontem foi o Dia Mundial do Teatro.

Começa a ser doentio ter de referir-me ao Dia Mundial de Qualquer Coisa, mas neste caso confesso que o faço com especial agrado.

É que, espantem-se os mais incautos, tenho enorme admiração pelo Teatro, assim com T grande, uma arte que é simultaneamente verdade e ficção, lazer e cultura, negação e espelho do Homem, da Sociedade, do Mundo.

Tenho enorme admiração por todos aqueles que conseguem vestir a pele de outrém, agir (representar) como se não fossem eles próprios mas antes alguém que por momentos ocupa o seu lugar, física e mentalmente.

Pôr-se na pele do “outro” é um passo necessário para cada ser humano ser capaz de melhor entender o mundo em que vive, e trabalhar a compreensão, a tolerância, munir-se de mecanismos de defesa para enfrentar um quotidiano atrapalhado e fortuito, às vezes demente ou intratável.

Claro que falo dos Actores e do Verdadeiro Teatro, seja cantado ou declamado, drama ou comédia, de simples divertimento ou de culto.

O Teatro é provavelmente a primeira de todas as artes, aquela em que o ser humano se retrata a si próprio usando-se só ele mesmo, com a voz, o gesto, a encenação e, não menos importante, sem truques, cara a cara com o público, ou como agora se diz, sem rede.

Este é o Teatro Arte, aquele que vale a pena.

O outro, o tal que está em cena há muito tempo, é aquele em que todos somos actores, normalmente maus actores, deixando perpetuar-se um argumento já gasto que não conseguimos transformar, apesar de, uma vez por outra, comprarmos nós próprios um bilhete que depois vamos religiosamente esconder numa espécie de caixa de esmolas a título de voto, e onde os protagonistas também deixam muito a desejar.

É a política espectáculo, a encenação da mentira, a farsa desmascarada.

Há poucos dias Marques Mendes, líder do PSD, avançou com uma proposta no sentido de o Governo iniciar desde já uma descida gradual de dois impostos, IRC e IVA, para assim reanimar a nossa economia.

Foi apelidado de irresponsável e sem credibilidade.

Quem o disse tem altas responsabilidades, e supostamente não representa, “não faz teatro”.

A este respeito diga-se de passagem que o famigerado caso OTA deixa muito que pensar.

Mas eis que, mais ou menos uma semana depois, e tendo todo o ar de verdadeira encenação, vem um ministro dizer que, lá mais para a frente, fins de 2008, princípios de 2009 (aqui para nós, ano de eleições), já será possível diminuir alguns impostos, aliviar a carga fiscal que hoje brutalmente nos atinge.

Peço desculpa, mas isto é “teatro”, uma representação com um argumento de má qualidade.

Assim não vale…

Perante a antecipação do PSD, e para usar uma linguagem teatral, a resposta que encontraram foi uma triste saída pela “esquerda baixa”.

publicado por H. Dias Pedro hdp às 02:03

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Terça-feira, 27 de Março de 2007

Brincando: O tempo e a Berinjela Cor de Cenoura

O tempo anda meio fosco, a prometer chuviscos, normalmente molhados. Sim, porque há os chuviscos secos, veja-se o caso da tempestade CDS. Aquilo não molha, mas aquece, e de tanto aquecer vai secando.
Depois há os chuviscos assim-assim, não molham nem aquecem, uma espécie de banho maria sem temperatura. É o caso do PSD, nem morno, nem quente, nem frio, que é como quem diz: vamos a ver...
Mas quanto a chuviscos própriamente ditos temos o boletim meteorológico a dizer-nos diáriamente porque é que ora chove, ora faz sol, o que é particularmente importante para a cultura da batata, das leguminosas, de todos os seus parentes próximos ou afastados.
Por exemplo o solano é um caso particular.
Solano é um género de plantas a que pertence a batateira (Dicionário de Língua Portuguesa). E daqui derivam as plantas solâneas como, por exemplo, a berinjela.
Ora a berinjela, segundo o mesmo Dicionário (Francisco Torrinha) tanto é uma planta como um fruto com o mesmo nome da dita. Mas é, enquanto planta, uma planta solânea.
Logo, e num raciocínio absolutamente lógico, a berinjela é parente (prima, segunda prima, tia, eu sei lá...) da batateira.
Uma berinjela batateira é um caso à parte.
É que batateira, sendo solânea enquanto planta, também é batata, e um conjunto de batatas é um batatal ou, segundo o mesmo autor, um batateiral.
Mas podemos complicar a coisa...
Por exemplo, tubérculo é uma excrescência que aparece em qualquer parte da planta, mas principalmente na raíz.
E cenoura é uma planta umbelífera, de raíz comestível.
Ora, se a berinjela é solânea como a batata, e o tubérculo é uma excrescência na raíz, óbvio se torna que, sendo a berinjela comestível, haverá vantagem em tomar a cor da cenoura.
Berinjela cor de cenoura é aparentemente uma impossibilidade.
Mas não é.
Num outro Dicionário de Língua Portuguesa (Porto Editora) encontramos:
Cenoura - planta herbácea;
Beringela (assim com g e não j) - planta herbácea de fruto comestível;
Donde se pode concluir, para além de que esta gente das letras não se entende, nem mesmo no que respeita à cenoura ou à berinjela (beringela?), que são maiores as proximidades entre a cenoura e a berinjela do que muitos poderiam pensar.
E sendo isto possível, talvez apareça por aí um dia destes um qualquer nutricionista ou dietista a recomendar como alimento a berinjela cor de cenoura.
Porém, sendo uma excrescência, talvez seja melhor deitá-la fora.
É que num caso (o Dicionário), excrescência é uma saliencia, um tumor.
No outro caso (também Dicionário), excrescência é uma demasia, uma proeminência supérflua.
Logo...abaixo a berinjela cor de cenoura.
Livra...
publicado por H. Dias Pedro hdp às 00:08

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Segunda-feira, 26 de Março de 2007

Europa

Cinquenta anos de Europa.
Não é bem assim. Para alguns senhores até parece que a dita Europa só existe agora. Custe-lhes muito ou pouco, a Europa é o mais velho continente, aliàs assim chamado nos bancos de escola, e berço de civilizações.
O que ontem se festejou, com muita pompa, circunstancia, e montanhas de hipocrisia, foi a Europa dos novos-ricos.
Há 50 anos criou-se uma organização económica chamada CEE (Comunidade Económica Europeia, anos a fio designada por "Mercado Comum") por causa dos efeitos da segunda guerra mundial, e para tentar comprometer económicamente os grandes senhores deste continente, sobretudo ingleses e alemães, para não voltarem a ter tentações guerreiras entre si.
O que hoje existe é uma organização política chamada UE (União Europeia) onde quem manda são, cada um à sua maneira, ingleses e alemães.
Há dois dias aqui escrevemos quanto à herança que vamos receber da Alemanha para a nossa presidencia da UE no segundo semestre deste ano, isto é, iniciar o trabalho necessário que leve à definição do "Novo Tratado" (os receios são tantos que não tiveram a coragem de colocar na "Declaração de Berlim" o nome que verdadeiramente lá queriam pôr, ou seja, a Constituição Europeia).
É que ainda por cima há o problema do referendo, e há dois anos, um outro gigante da política internacional que continua à espreita de ditar leis na União, a França, encarregou-se de dizer não.
A Holanda fez o mesmo, e agora, antes que venha por aí mais qualquer surpresa desagradável, mudem-se os nomes às coisas para ver se lá chegamos sem que muitos dêem por isso.
Os eurocratas, verdadeiramente anódinos e federalistas quanto baste, querem à viva força, mesmo que por meio de artimanhas obscuras, esquecer que a noção de pátria ainda está arreigada nos povos europeus, e tentam forçar estes últimos a apagar a memória.
E sendo os maiores paladinos da democracia, pelam-se de medo quando têm de consultar as populações e pressentem que a maioria do voto não irá no sentido que eles desejavam.
Mas estejamos atentos...
É que não aconteça vir por aí um qualquer artifício que nos queira privar de dizermos o que pensamos, só para que a omnipotente vontade dos senhores da Europa se veja satisfeita sem consulta popular.
Era o que faltava...
publicado por H. Dias Pedro hdp às 00:42

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Domingo, 25 de Março de 2007

Matou-se o borrego...

Isto hoje é fácil, e o título do artigo deveria ser: Ricardo, Miguel, R.Carvalho, J.Andrade, P.Ferreira, J.Moutinho, Tiago, C.Ronaldo, Quaresma, Petit, N. Gomes, Nani, H.Viana, F.Meira.
A Selecção Nacional de Futebol.
Num país onde são tão raros os acontecimentos de alegria nacional, aí está o futebol a dizer-nos como é.
Nestas alturas (e descontando uns poucos idiotas que não sabem sequer o que é ser português) este povo une-se à volta de algo que sente como "seu", grita, vibra, sofre, canta, festeja em conjunto, esquece as agruras do quotidiano, as divergencias políticas, as diferenças clubistas, e funciona como um todo, mostrando que é capaz de pegar uma bandeira com aquele sentimento de: "esta é minha!".
Quem consegue esta união a propósito do futebol, consegui-la-à decerto para outras coisas, se calhar mais importantes.
O problema está em que, nessas outras matérias, ainda não apareceram os Ronaldos e Quaresmas suficientemente motivadores. Mas talvez apareçam.
Quanto ao jogo matámos finalmente o borrego de não ganhar à Bélgica em jogos oficiais. E logo por quatro a zero, e com golos de encher o olho. Obrigado rapazes.
Quem lê regularmente os meus artigos sabe que não nutro particular simpatia pelo treinador Scolari, e, treinador de bancada que sou, continuo a pensar que anda por cá a ganhar bom dinheiro injustificadamente.
Com a qualidade de jogadores que tem ao seu dispor era o que mais faltava que não conseguisse ganhar a uma Bélgica que está a léguas de distancia de grandes selecções belgas que em outros tempos vi jogar.
Seja como for aquela segunda parte da nossa selecção é um hino ao futebol.E não estavam lá o Deco, nem o Simão, nem um rapaz que anda a dar cartas no futebol inglês, mas que pelo visto o senhor Scolari não conhece, e que se chama Pedro Mendes.
Não importa. A hora é de festejar e acreditar que virão mais vitórias, a continuar já na próxima quarta-feira na Sérvia.
Vamos a eles...
Mas já que hoje o tema é futebol, não pode ficar sem uma referencia a notícia de que Pinto da Costa falou na inauguração da casa do Futebol Clube do Porto em Mirandela e da homenagem ali feita a um filho da terra, Josualdo Ferreira.
Pinto da Costa práticamente só falou da comunicação social, comparando-a a uns abutres que sobrevoam tudo o que é dito por alguém do FCP.
É um tema que ando a guardar para momento mais oportuno, mas aqui deixo desde já a manifestação da minha total concordancia. O pedantismo lisboeta que faz este país padecer de uma espécie de  complexo de atrofiamento, leva a que se subverta e tente ridicularizar tudo o que tem a ver com um clube desportivo que, apesar de não ser da capital, foi o que até hoje mais vitórias internacionais deu ao nosso futebol.
Hoje em dia ser-se do FCP é um anátema um bocado parecido com o ser-se de direita.
Lá iremos a tal assunto daqui a mais uns tempos.
Só que essa dos abutres ainda agora se viu, a propósito da selecção, quanto ao que terá ou não dito o guarda redes belga antes do jogo sobre Cristiano Ronaldo.
Empolaram de tal modo a coisa, se calhar à falta de notícias, que o rapaz, o dito guarda redes, até parecia correr o risco de ser preso, e deu naquela cena de farwest na chegada ao aeroporto.
E afinal o que se viu foi um jogador simpático, cortez, até humilde, a confreternizar no fim do jogo com o seu "suposto inimigo".
De facto é fácil atear fogos e manipular a opinião pública.
É o que temos...
Mas hoje é de acabar como começámos: Viva a Nossa Selecção.
Na próxima quarta-feira, em Belgrado, também é para ganhar!
publicado por H. Dias Pedro hdp às 00:25

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Sábado, 24 de Março de 2007

A Declaração de Berlim

Segundo informa o jornal “Público” no próximo domingo vai ser assinada em Berlim uma declaração que tem, entre outras, as seguintes passagens:

“A Europa foi durante séculos uma ideia, uma esperança de paz e de entendimento. A esperança tornou-se realidade. A unificação europeia trouxe-nos paz e bem-estar. Criou um sentimento de comunhão e venceu divergências. Foi com o contributo de cada um dos seus membros que a Europa se unificou e que a democracia e o Estado de direito foram reforçados. Se a divisão contra natura da Europa está hoje definitivamente superada, é graças ao amor que os povos da Europa Central e Oriental nutrem pela liberdade

Na União Europeia, tornamos realidade os nossos ideais comuns: no cerne está, para nós, a pessoa humana. A sua dignidade é inviolável. Os seus direitos são inalienáveis, Homens e mulheres são iguais em direitos.
Aspiramos à paz e à liberdade, à democracia e ao primado do Direito, ao respeito mútuo e à responsabilidade, ao bem-estar e à segurança, à tolerância e à partilha, à justiça e à solidariedade.

Juntos lutaremos contra o terrorismo e a criminalidade organizada, sem deixarmos de defender a liberdade e os direitos cívicos na luta que travamos contra aqueles que os querem aniquilar. O racismo e a xenofobia jamais poderão voltar a ter uma oportunidade.
Pugnamos por que os conflitos que afligem o Mundo sejam resolvidos pacificamente e por que as pessoas deixem de ser vitimas da guerra, do terrorismo e da violência. É intenção da União Europeia promover a liberdade e o desenvolvimento no Mundo, vencer a pobreza, a fome e a doença. Queremos continuar a assumir um papel de liderança em prol destes objectivos.

A unificação da Europa veio dar vida a um sonho de gerações passadas. Manda a nossa História que preservemos tal fortuna para as gerações vindouras. Devemos para isso moldar, a cada passo e ao ritmo dos tempos, a configuração política da Europa. Por isso nos une hoje, cinquenta anos passados sobre a assinatura dos Tratados de Roma, o objectivo de, até às eleições para o Parlamento Europeu de 2009, dotar a União Europeia de uma base comum e renovada.

Porquanto temos a certeza: a Europa é o nosso futuro comum".

Palavras bonitas. Acredite nelas quem quiser.

Facto é que se  aponta claramente para 2009, ano de eleições, como data limite para estar ultrapassada a velha questão da Constituição Europeia (dotar a UE de uma base comum e renovada).

Seja por referendo ou por outro meio qualquer ( a França e a Holanda foram há dois anos), na UE o que contam são os fins determinados pelos grandes países membros, pouco importando os meios que se utilizam.

Vai ser em Berlim, e entre os subscritores estará o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

A Alemanha, actual detentora da Presidência da União, e uma das principais interessadas na célebre Constituição, deixa a sua marca para os que se lhe seguirem na tarefa de continuar a Presidência.

Ora, no segundo semestre de 2007 a Presidência da UE caberá a Portugal.

De facto, grande destino o nosso.

publicado por H. Dias Pedro hdp às 00:32

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Sexta-feira, 23 de Março de 2007

Baden Powell e outros "escuteiros"

Que bom diversificar os temas...
Março de 2007, cem anos após a fundação dos escuteiros.
Foi em Março de 1907 que Baden Powell, general britânico, fundou os escuteiros, tipo de organização juvenil que alastrou pelo mundo, que faz da formação baseada no lazer o fundamento primeiro para a maturidade individual e colectiva, que cultiva o altruísmo, a educação, a disciplina, a auto estima, a valorização pelo trabalho e pelo estudo, a noção de que a vida tem coisas boas e menos boas, e que a auto confiança é fundamental para a superação das dificuldades.
Dá-me a impressão que faz falta a muita gente ter sido escuteiro.
Mas também aconteceram vários "carnavais"...
Agora no CDS perpectiva-se uma "cisão".
Já por aqueles lados há quem diga que se Portas e Castro não se entenderem deverão os dois sair de cena, e deixar que alguém descomprometido avance para a liderança.
Acho bem, desde que esse alguém não seja um regresso ao passado.
E temos a "ficção" na Justiça.
Valentim Loureiro deu uma entrevista, e diz-se acusado com base numa ficção.
Mas porque é que não se faz a vontade ao homem e se autoriza o julgamento através das televisões?
Não percebo.
Se há tanta coisa que é feita neste país à revelia dos regulamentos...
Foram abatidos os cães arraçados de Rottweiler que fizeram aquela maldade na zona de Sintra.
A Sociedade Protectora dos Animais não diz nada?
A tradição já não é o que era...
Diz o Expresso On Line que o Governo tinha já na sua posse um estudo que apontava Rio Frio como melhor localização para o novo aeroporto.
Então porquê a OTA?
Cada vez mais percebo menos.
Houve borrasca na chegada a Portugal da selecção belga de futebol. Ao que parece uns seguranças belgas deram uns pontapés e outras agressões em jornalistas portugueses.
A Polícia presente fez por proteger os seguranças.
Se fosse lá como seria?
João Pinto, o jogador de futebol. deu uma entrevista à RTPN, e revelou que ainda hoje lhe custa falar da maneira como saíu do Benfica. Por acaso pensava que tinha sido pela porta. Pelo visto não terá sido assim.
Finalmente o Secretário Geral da ONU apanhou um valente susto em Bagdad. Preparava-se o homem com um ar jovial para falar, quando se ouve uma explosão que o fez agachar-se.
Teria sido prudente que alguém do Protocolo avisasse a tempo os beligerantes para não lançarem bombas enquanto ele discursava.
Pelo menos poderíamos todos dizer nunca ter visto o Secretário Geral da ONU quase de cócoras.
É um bocado deprimente.
publicado por H. Dias Pedro hdp às 00:08

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Quinta-feira, 22 de Março de 2007

Slogans

Lê-se no jornal francês “Le Point”:

Il est déjà choisi le slogan de Ségolène: “Le changement, le vrai”.

É como quem diz, está já escolhido o slogan para a campanha presidencial de Ségolène Royal, “A mudança, a verdade”.

Onde é que já ouvi isto?

Estamos a falar de eleições presidenciais num dos principais países da União Europeia.

O mínimo que se pode dizer é que o sistema está a ficar esgotado.

De facto seria precisa uma enorme dose de criatividade para inventar nesta matéria algo de que ainda ninguém se tivesse lembrado.

Para uma campanha eleitoral usar um slogan a falar de “mudança” e “verdade”?

Dizem todos o mesmo…em França, em Portugal, onde quer que seja.

Primeira conclusão: todos os políticos nas campanhas eleitorais prometem mudar alguma coisa, e prometem só falar a verdade.

Pois…sabemos bem o que isso é.

Recordo-me de duas eleições legislativas em Espanha, separadas no tempo por mais de uma dezena de anos.

No primeiro caso o slogan do PSOE liderado por Felipe Gonzalez (que viria aliàs a ser Primeiro Ministro, e a assinar a adesão da Espanha à CEE) dizia simplesmente o seguinte: “Por el cambio”.

Anos mais tarde, em novas eleições, o PP liderado por José Maria Aznar (que viria também a ser Primeiro Ministro) tinha um slogan que dizia: “Por el cambio”.

Ou seja, “pela mudança”.

E ganharam ambos.

Estamos porém a falar de eleições legislativas, aquelas que determinam a constituição do Governo, e aí, apesar de todas as reticencias, ainda será de admitir que tenha de prometer-se uma mudança qualquer. Se depois ela é cumprida ou não, isso já é outra conversa.

Agora em eleições presidenciais?

Se repararmos nos exemplos portugueses não temos andado muito longe disto nas nossas eleições. Promete-se  a mudança (normalmente querendo-se dizer que se vai mudar para melhor).

É caso para perguntar qual é a varinha mágica que faz de um qualquer cidadão candidato, o todo poderoso que tem a solução para todos os problemas de dez milhões de pessoas.

Será milagre?

A imaginação nas democracias está a perder-se, até nos domínios da pura publicidade.

De facto toques de génio são raros, e, por isso mesmo, irrepetíveis.

Ocorre-me de súbito aquele episódio passado com Winston Churchill, que vem citado no livro “A Sabedoria e o Humor de Winston Churchill” de Dominique Enright.

Certo dia, e após o baptismo de um navio da Royal Navy, uma senhora da boa sociedade londrina abeirou-se de Churchill e abominou esse (para ela) “terrível hábito” de baptizar os navios com uma garrafa de champanhe antes de serem lançados à água.

Sem se perturbar, Churchill respondeu:

“Mas oiça, minha senhora, trata-se do melhor exemplo de abstinência. Depois de provar o seu primeiro golinho de vinho, o navio fica o resto da vida na água”.

Comentários?...Para quê?

publicado por H. Dias Pedro hdp às 00:35

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